Olhando para o que ficou de comum entre as nossas vidas, pensava-me de forma imutável após qualquer transgressão. As ofensas não me trairiam nas marcas que deixavam, ao invés da consciência, incapaz de me ajudar, ficava-se pela janela acenando-me enquanto me deixava partir para mais um desgosto.
Sitiado pelo agreste olhar de quem morre à sede no deserto de um abraço, pedia-me a sua boca um sorriso da minha. Talvez fosse mais fácil desviar a atenção para um outro ponto de fuga, para mais longe da possível visão. Sem querer reconhecer que tenho tanto dela a percorrer-me no sangue, sabendo estar ao alcance de qualquer veneno. Saberia a sintonia entregar-se à minha vontade. Nada importa quando a estupidez ultrapassa a razão. Tão somente uma ou outra metáfora que me sirva de incentivo para a noite.
Sem tirar os olhos de mim, movimentava todo o seu corpo pelo quente e árido ambiente. Cheira a secura, ar quente que me consome por dentro, é bom demais de sentir. O odor da erva na terra enxuta de saudade, chama no olhar que acalenta esta fogueira perdida entre campos de amores desfeitos. O meu verdadeiro interesse estava centrado além mais do gesto provocador de humedecer os lábios com a língua. Apetecia-me matá-la. Não de uma forma qualquer, matá-la com aquele sorriso de menina, sufocá-la entre beijos, injectar-lhe a minha seiva, todo o meu mal dentro de si.
Talvez devesse percorrer a minha pele com unguento de má fama, uma certa forma odorífera que me provocasse a transpiração do mal. Por vezes tanta doçura assusta-me, e sem ter a certeza da pessoa que carrego entre braços, um arregaçar de mãos para o mergulho no escuro, de cabeça à espreita de um final comum. Diariamente encostar a cabeça ao ombro, cansar-me de repetidamente dizer que está uma tarde infinita.
A memória consumida à ténue luz dos seus olhos, os pergaminhos descolados da retina que se fez eterna. Manto silenciado, causa o transtorno pequenas fugas de expressão. Expectante sombra pairando sobre nós, e tão bem que aqui ficamos, sem ir nem voltar. Vela a surdez a morte da voz, antecipando qualquer pronúncia ou articulação do sucedido. Inveja a escuridão toda a luz sem saber que a translúcida desdenha a sua fina silhueta de cetim nocturno. Nem mesmo o vento, ao qual segredei uma confessa vontade, tem o querer suficiente de existir sem que se compadeça pelas tardes cálidas, imensas de acalmia.
Sedimentam as mãos no meu rosto esquecido, no tempo que urge bater à porta, chamando-me para a rua. Para lá do instante, da margem com pé, da relva aparada, os seus avanços acompanhados do ondulante sentir, a terra vermelha nos pés descalços, todo o sorriso que nasce em cada um de nós. Ofereço um cigarro à pausa repetida vezes sem conta, sem nadas, nem suposições ou esclarecimentos. Nada se pede, nada se apaga, tudo se esquece quando dobramos naquela esquina que tanto já viu e amparou na sua vida.
Jazem ali poetas por entre castelos de areia. Homens na sua ligação à vida, à corrente do pensar em sentimento que perdurará enquanto houver memórias. Vivem agora crianças que no mais importante das suas vidas, é escavar um fosso maior para desmotivar o inimigo imaginário. Assim as guardámos dentro de nós, as mesmas crianças que ainda somos, escavando mais, mais fundo que julgamos ver da superfície. E para nada. A maré chega e todo o areal retoma o seu rosto dourado ao sol, a tempo de reescrevermos todo o final, e sim, recomeçando do princípio uma vez mais.
Sitiado pelo agreste olhar de quem morre à sede no deserto de um abraço, pedia-me a sua boca um sorriso da minha. Talvez fosse mais fácil desviar a atenção para um outro ponto de fuga, para mais longe da possível visão. Sem querer reconhecer que tenho tanto dela a percorrer-me no sangue, sabendo estar ao alcance de qualquer veneno. Saberia a sintonia entregar-se à minha vontade. Nada importa quando a estupidez ultrapassa a razão. Tão somente uma ou outra metáfora que me sirva de incentivo para a noite.
Sem tirar os olhos de mim, movimentava todo o seu corpo pelo quente e árido ambiente. Cheira a secura, ar quente que me consome por dentro, é bom demais de sentir. O odor da erva na terra enxuta de saudade, chama no olhar que acalenta esta fogueira perdida entre campos de amores desfeitos. O meu verdadeiro interesse estava centrado além mais do gesto provocador de humedecer os lábios com a língua. Apetecia-me matá-la. Não de uma forma qualquer, matá-la com aquele sorriso de menina, sufocá-la entre beijos, injectar-lhe a minha seiva, todo o meu mal dentro de si.
Talvez devesse percorrer a minha pele com unguento de má fama, uma certa forma odorífera que me provocasse a transpiração do mal. Por vezes tanta doçura assusta-me, e sem ter a certeza da pessoa que carrego entre braços, um arregaçar de mãos para o mergulho no escuro, de cabeça à espreita de um final comum. Diariamente encostar a cabeça ao ombro, cansar-me de repetidamente dizer que está uma tarde infinita.
A memória consumida à ténue luz dos seus olhos, os pergaminhos descolados da retina que se fez eterna. Manto silenciado, causa o transtorno pequenas fugas de expressão. Expectante sombra pairando sobre nós, e tão bem que aqui ficamos, sem ir nem voltar. Vela a surdez a morte da voz, antecipando qualquer pronúncia ou articulação do sucedido. Inveja a escuridão toda a luz sem saber que a translúcida desdenha a sua fina silhueta de cetim nocturno. Nem mesmo o vento, ao qual segredei uma confessa vontade, tem o querer suficiente de existir sem que se compadeça pelas tardes cálidas, imensas de acalmia.
Sedimentam as mãos no meu rosto esquecido, no tempo que urge bater à porta, chamando-me para a rua. Para lá do instante, da margem com pé, da relva aparada, os seus avanços acompanhados do ondulante sentir, a terra vermelha nos pés descalços, todo o sorriso que nasce em cada um de nós. Ofereço um cigarro à pausa repetida vezes sem conta, sem nadas, nem suposições ou esclarecimentos. Nada se pede, nada se apaga, tudo se esquece quando dobramos naquela esquina que tanto já viu e amparou na sua vida.
Jazem ali poetas por entre castelos de areia. Homens na sua ligação à vida, à corrente do pensar em sentimento que perdurará enquanto houver memórias. Vivem agora crianças que no mais importante das suas vidas, é escavar um fosso maior para desmotivar o inimigo imaginário. Assim as guardámos dentro de nós, as mesmas crianças que ainda somos, escavando mais, mais fundo que julgamos ver da superfície. E para nada. A maré chega e todo o areal retoma o seu rosto dourado ao sol, a tempo de reescrevermos todo o final, e sim, recomeçando do princípio uma vez mais.
32 comentários:
mãe d'aqui, mãe dali, mas sempre Mãe.
beijos**
Esta forma
que nos entranha
como parte de ti
...
tão profundo
sentir
cheirar
amar
todas as sensações
tácteis e voláteis
de uma profundeza arrebatante
dura
...
tua
que transformas
sempre
em nossa!
Transpareces...
transpiras...
transfiguras-te em palavras de imagens...
E aqui estás
Todo!
Será possível amar-te...
ainda mais?
Assim és |Poeta|meu... :))*
Somos todos uns filhos da mãe, é o que é!
Eu segui o conselho do final. Voltei ao princípio e li o texto outra vez. E mais três ou quatro vezes.
E agora?
Continuo?
Ou podemos jogar a outra coisa?
AS MÃES QUANDO PÕEM OS FILHOS NO MUNDO É SEMPRE PARA ELES SEREM FELIZES...
MAS...
BJ.
Ambivalências...
Vou voltar.
Estou aoficialmente apaixonada pela tua escrita e nunca te vi, nem ouvi... estou fascinada!
beijocas muitas
Onde começa a tua escrita... e e se liberta o meu sentir
Rapaz, tu tira-me o raio do Termómetro do Amor do blog!!!
Sempre que aqui venho, o raio do anúncio!
Ainda por cima, parece um vibrador a saltar para o écran!!!
Abraço
Mas a música deixa-a estar, sabe bem com as palavras...:o)
Mas a música deixa-a estar, sabe bem com as palavras...:o)
By the way, o que é que está a tocar...diz-me please!!!
Sei que vou parecer chato, mas, por favor, dá para trazeres de volta o termómetro do amor?
Já sinto saudades dele....
hehehhe
Abraço
Este texto entra-nos até às entranhas mais profundas...
Beijinho
sem palavras...
Bravo!
Beijo
Pronto, ganhaste!!!
Agora tens um anúncio do Barcklays!
Já que és patrocinado por um banco, não queres comprar uns produtos da La Redoute, não?
;o)
Por falar no título deste post... como chamariam aos filhos da Linda Lovelace?? Hmmmmmmmm....
Abraço
Que verbar este Marco, cru e forte, parido do mais profundo da alma..
Hoje vendes jogos para telemóvel...
Arruinas o pessoal duma barraca de feira, pá! Vendes tudo....
Abraço
«Jazem ali poetas por entre castelos de areia.»
Neste mundo de escrita, os lugares-comuns ocupam os olhos em desalento. Preenchendo. Preenchendo.
Poetas são frutos podres neste pomar de Portugal. Onde vão caindo aqui e ali, uns em bom estado, outros em pior estado, ainda outros permanecem no ramo, oscilando, oscilando, oscilando...
Hoje, o prato do dia são jogos para telemóvel... o meu amigo não pára! És uma máquina de fazer dinheiro!!!
;o)
Abraço
Por falar em dinheiro... andas para aí a estoirá-lo, em vez de estares aqui a trabalhar na actualização, não é, seu doidivanas???
;o)
Cheira-me (salvo seja...) que anda para aí moça no pedaço, para o meu amigo não pôr aqui os calquitos...
;o)
Abraço
Boa semana
Acendes-me sempre um profundo sentir que nunca sei onde estava... antes de te ler...
Magic Kisses
Ena, anúncio do iPod...
Estamos cheios de dinheiro e na moda!
;o)
Eu bem vou dizendo disparates, para ver se, para fugires a isso, pões post novo.
Mas agora estou para aqui a pensar se não é exactamente por não te deixar isto sossegado que não consegues ter tempo para publicar o novo...
Ok, ok, já percebi... eu calo-me
E se calhar achavas que ia cumprir o que escrevi no comentário anterior, não?
ah!
Nãaaaaa.... o gajo não vai lá nem com ameaças....
Tão?
Já se lia mais qualquer coisita!
You are in retiro espiritual ou em retiral espirituro...
Acende-te pah!
mas... isto é club de fãs?? Tambem posso assinar?
Não me digas que também foste a Pequim, fazer o lançamento do verso, ou coisa que valha...
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