Gosto de quem gosta, como eu, do sal na pele seca. Sabe-me a pouco, tão pouco mesmo que me parece a insatisfação uma morte declamada a só.
Não gosto de partilhar estes gostos. Mais que devaneios, são fraquezas da carne. Já me basta mantê-las no anonimato de um desejo não reclamado. E aquela mulher destrói-me sem saber que o faz. Amar sereia de terra firme, para no fim naufragar como qualquer marinheiro sem fortuna.
Dói-me só de olhar, servir-me do indiscreto, tirando-a desta realidade, medindo todo o seu corpo no tamanho que tem o meu viril desejo.
A insistente luta por não perder a pose inabalável, o intocável no canto escuro da sala, espera por nada. De tanta aparência que me engane, mais barata me sinto quando a vejo aproximar-se. Esconde-se o evidente nervosismo, correndo da luz de tudo o que me faz mover, as maiores ganas de a rasgar toda.
Poderia chamar à razão a aparente pacatez da minha pessoa. Comedido, peço mais uma bebida para combater a sede da minha mudez progressiva. Encarquilham-me os minutos incessantes quando a perco de vista. Está ali, está algures por ali.
Gosto de quem gosta, como eu, do perfume depois do sexo. E sabe-me a pouco, tão pouco mesmo que o seu nome seja apenas a outra parte que lhe conheço.
Impessoais, os devaneios em comum por toda a sala. Exibes-te a nu, todo o teu molde de Deus perante os meus olhos. Adornas. Contornas. Tomas e destróis mais cantos meus. Já nem respirar me apetece, já nem ar me faz viver. Transpiro, embaciando o vidro de tanto me incomodares. Morro a cada vez que o tempo se esgota. Volto a gastar mais uns soldos. Preciso ver-te.
Não gosto de partilhar estes gostos. Mais que devaneios, são fraquezas da carne. Já me basta mantê-las no anonimato de um desejo não reclamado. E aquela mulher destrói-me sem saber que o faz. Amar sereia de terra firme, para no fim naufragar como qualquer marinheiro sem fortuna.
Dói-me só de olhar, servir-me do indiscreto, tirando-a desta realidade, medindo todo o seu corpo no tamanho que tem o meu viril desejo.
A insistente luta por não perder a pose inabalável, o intocável no canto escuro da sala, espera por nada. De tanta aparência que me engane, mais barata me sinto quando a vejo aproximar-se. Esconde-se o evidente nervosismo, correndo da luz de tudo o que me faz mover, as maiores ganas de a rasgar toda.
Poderia chamar à razão a aparente pacatez da minha pessoa. Comedido, peço mais uma bebida para combater a sede da minha mudez progressiva. Encarquilham-me os minutos incessantes quando a perco de vista. Está ali, está algures por ali.
Gosto de quem gosta, como eu, do perfume depois do sexo. E sabe-me a pouco, tão pouco mesmo que o seu nome seja apenas a outra parte que lhe conheço.
Impessoais, os devaneios em comum por toda a sala. Exibes-te a nu, todo o teu molde de Deus perante os meus olhos. Adornas. Contornas. Tomas e destróis mais cantos meus. Já nem respirar me apetece, já nem ar me faz viver. Transpiro, embaciando o vidro de tanto me incomodares. Morro a cada vez que o tempo se esgota. Volto a gastar mais uns soldos. Preciso ver-te.