Revolve em tempo que corre
Na pressa, a galope que morre
Nas mãos de quem ama e espera
Desesperas tu, que nada sorris
Na pressa, a galope que morre
Nas mãos de quem ama e espera
Desesperas tu, que nada sorris
Não sabes tu que nome tens
Sem seres quem ousa gritar assim
Que no amor não está o fim
Sem cor, nem calor que me faça olhar
Parte em tempo que espera
Esfera isolada, contida em ti
Içada a bandeira, na corda que te amarra
Aperta segredos nos becos da noite
Escondidos degredos, que em teus dedos estão
Não são mais que enlevados murmúrios
Torturas pingadas de errantes amantes
A boca que sou, em fumo que inalo, és droga
Torturas pingadas de errantes amantes
A boca que sou, em fumo que inalo, és droga
Extremo da lança, no gume de querer
Seiscentos e sessenta e seis vezes
Motivações de mais querer-te, sabendo que já és
Todo o sangue que corre, em força, na artéria de nós
São pós, mantos que cobrem
Enlaçam velhas guardas, esperas nocturnas
São velharias, chapéus e baús que jazem
No velho íntimo de esperar, que venhas por fim
Sete resmas de papel
Escritas a tinta de pecados
Personificando em todas as linhas
Provocando em cada qual, a tua culpa de me seres
Já cansado, tomado e arremessado
Para o canto vil que tens no teu regaço
Embraço eu, disperso ao acaso
Perdido nas tuas contas, nas fábulas que me inventas
Penso eu que seja, em todo o momento
Um triste fim de enredo, trapo limpo em nódoa de mar
Encrespado romance, lençol gasto do Tanto
Tanto mesmo que me contas, que me fazes e tornas
Revolve mais uma vez, em verso que flúi
Entre seivas, salivas e poções
Gotas que me dás à boca, na língua que te espera
Circunda, continua, volta a mim