Queria a veia carnuda e cheia de tanto me sentir nas tuas mãos, fazeres-me gemer ao ouvido da tua teia maliciosa. Treme, teme por quem nada mais tem a dizer nos silêncios entre palavras, despojos, lembranças que se revelam segredos. Saber-me-ás clamar em noites que não esteja aqui.
Que tens tu guardado nessa mão tão fechada, cerrada a pulso firme do tamanho da afirmação em que me tentas forçar o murro. Violenta passagem pelo filamento incandescente da suposta razão, sustenta-me em mais um sonho de fio negro tecido entre as nossas bocas.
Por dentro de nós, o que és para além de quem sou, a mais sobeja do desconhecido mundo obscuro. Beija-me, beija-me com toda a paixão que possas inventar. Beija-me agora que o mal não se me pega à pesada forma de pensar.
É tarde, mas nem por isso julgo que o tempo tenha passado em excesso, pela demasia em me julgar lesto e quebrado no feitiço. E porque razão penso tanto em ti, continuando a inventar-te nas frases, mesmo quando estás ali apenas a um compasso do coração. Ali estás, no mesmo tempo que é meu, e mesmo assim, tudo é tão diferente de olhos fechados.
Sinto-me sim, esgotado de tentar interpretar as próprias palavras do meu coração. Necessitaria de mais palavras para ditar um pacto que me desse a satisfação necessária a uma sensação, invariavelmente nunca conquistada, de me sentir saciado. Encanto-me pelo desconhecido, o irreconhecível que acorda todos os dias assim, bem entranhado em mim.
Queria a tua veia absoluta e cheia de tanto me olhar pelas tuas carícias, fazeres-me calar à boca da tua voz matinal. Diz-me, pinta-me nas mesmas cores em que os dias se fazem ao amanhecer, apenas nos sons que colam silêncios. Segreda-me o teu sorriso, lembra-me de te lembrar. Saberá a ausência clamar-nos de noite, sem estarmos, sem sermos, sem nada que nos toque.
Não respires, não ouses afastar, não me queimes à tua luz, não negues, não me digas nada mais que nada. Contraria, continua, assim como o barco balança na ondulante sensação de um gesto mudo, surdo para te ouvir de novo. Contrasta-me esta vontade de tanto querer-te que nada mais se me aparenta vivo.
Nem que me repita toda a noite, o tamanho ímpeto insiste na cumplicidade das veias ao aleatório ponto final. É curto. Tudo é tão pouco, o que possa dizer. Cru, sou eu.
Que tens tu guardado nessa mão tão fechada, cerrada a pulso firme do tamanho da afirmação em que me tentas forçar o murro. Violenta passagem pelo filamento incandescente da suposta razão, sustenta-me em mais um sonho de fio negro tecido entre as nossas bocas.
Por dentro de nós, o que és para além de quem sou, a mais sobeja do desconhecido mundo obscuro. Beija-me, beija-me com toda a paixão que possas inventar. Beija-me agora que o mal não se me pega à pesada forma de pensar.
É tarde, mas nem por isso julgo que o tempo tenha passado em excesso, pela demasia em me julgar lesto e quebrado no feitiço. E porque razão penso tanto em ti, continuando a inventar-te nas frases, mesmo quando estás ali apenas a um compasso do coração. Ali estás, no mesmo tempo que é meu, e mesmo assim, tudo é tão diferente de olhos fechados.
Sinto-me sim, esgotado de tentar interpretar as próprias palavras do meu coração. Necessitaria de mais palavras para ditar um pacto que me desse a satisfação necessária a uma sensação, invariavelmente nunca conquistada, de me sentir saciado. Encanto-me pelo desconhecido, o irreconhecível que acorda todos os dias assim, bem entranhado em mim.
Queria a tua veia absoluta e cheia de tanto me olhar pelas tuas carícias, fazeres-me calar à boca da tua voz matinal. Diz-me, pinta-me nas mesmas cores em que os dias se fazem ao amanhecer, apenas nos sons que colam silêncios. Segreda-me o teu sorriso, lembra-me de te lembrar. Saberá a ausência clamar-nos de noite, sem estarmos, sem sermos, sem nada que nos toque.
Não respires, não ouses afastar, não me queimes à tua luz, não negues, não me digas nada mais que nada. Contraria, continua, assim como o barco balança na ondulante sensação de um gesto mudo, surdo para te ouvir de novo. Contrasta-me esta vontade de tanto querer-te que nada mais se me aparenta vivo.
Nem que me repita toda a noite, o tamanho ímpeto insiste na cumplicidade das veias ao aleatório ponto final. É curto. Tudo é tão pouco, o que possa dizer. Cru, sou eu.
21 comentários:
...sabes, o difícil não é sabe-lo, é dize-lo em voz alta.
Beijo*
Sobejas-me
de encanto
.
perpétuo
.
em doce
carícia de palavras
.
que aínda
estão
por inventar...
Mas tu
.
.
.
.
.
já as disseste!
|P|l|e|n|o| és...
em |p|l|e|n|i|t|u|d|e| me formas...
Assim me encontro...
no |teu| compasso... :)
A.M.O.-.T.E
De tão belo (e crú) que está, põe-te a pau: Alguma japonês pode querer fazer sushi de ti!
;o)
Abraço
É com grande deleite que entro neste espaço e encontro novos textos. Com a profundidade de sempre, e sempre mais surpreendente do que o anterior. Bravo, meu caro amigo!
Um abraço
E tu, como cantas bem um desejo.
existem sentimentos muito frágeis que se esmagam com palavras nas veias da tua voz.
que texto fabuloso!
Beijo
Que blog benito... cheio.. de.. de... coiso.. de... enfim.... de look. Está fashion.
Que blog benito... cheio.. de.. de... coiso.. de... enfim.... de look. Está fashion.
Gostei!
O mais importante... é seres tu... cru! ;)
Jinhos
E um bom fds prolongado para ti, poeta amigo!
Palavras que se sentem. Suficientes, certamente, para se fazerem entender.
Mesmo sem voz...:o)
tipo de belo denso texto:
tão espesso que nele
se colam imóveis e
despidas de significado todas
as possibilidades de articulação
das
palavras: a cru, és.
beijO
ai, que deprimida me vou daqui [ainda mais] :(
Por aqui se vive de amor..
:D
cru.e nu. de tantas cores te pintas quanto a intensidade do verbar. pára-se de respirar. entranha-se ao compasso do teu coração.
Mestre. eu bem digo, Mestre.
Tudo é sempre diferente de olhos fechados...talvez porque vemos mais...
"nada mais que nada" pode ser tanto...
podes ser cru mas tens em ti o dom de cozinhar as palavras :)
_baci_
cru. como o pano. aquele onde melhor se pintam cenários. gosto de pano cru. e de pintar cenários, e de os fazer acontecer. como tu (e ela).
:)
beijo*
Este post já está há tanto tempo ao lume e ainda está crú?
Tens que mudar de micro-ondas, amigo!
;o)
Abraço
A intensidade da tua escrita nunca me fica indiferente. Leio e há sempre algo que rasga cá dentro. É como se ouvisse a voz de dentro a segredar-me dor e prazer ao mesmo tempo...
Silêncio para... dois, três, quatro...
Os que aqui vierem.
Queres lá ver que o amigo Lâmpada foi mesmo até Espanha?
Ou corrompeu-se e foi para o All-garve?
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