Farto de procurar nas palavras, o sentido que não encontro em mim. Uma finitude desgrenhada, rosto solto de beleza ou alma purificada. Purga, clamo-a. Chamando-me de novo para os ossos, tutano de sabor agreste, um movimento contrário ao esperado. Seria mesmo inevitável, talvez o mais provável do sentido. É sentido, e sentindo, continua a ecoar o vazio instalado, estala-me o sono. Não descanso, durmo sobre um leito de certezas e desagrados. Porque sou desagradado e um tanto desagradável. Realista apenas.
Abraçaria mais depressa um fantasma alheio que fazer-me fácil à vida. Contrapondo com o gosto por sentidos práticos, pelos outros apenas de aroma a qualquer coisa. Não me podem pegar por aí, pelo que julgam cegueira e eu dádiva. Torna-se o instante quase obsoleto, o futuro cinzento, enfadonho como viagens por túneis escuros.
A aprendizagem deveria tornar-me ágil, forte, coeso. Não mais sagaz, que me canso de ter os ouvidos à em escuta e o coração alerta. A sensatez deveria vir racionada, em porções paralelas com a estupidez com que se injecta a realidade nas veias.
É demasiado para mim, já é demais para sermos apenas uns quantos a acreditar que é possível alcançar a coisa. Saber-me a boca a morte quando ainda nem a defunta flor do bem secou por completo. Vai morrer, é certo. Saber que se fina............................ agora neste instante. Provoca-me um arrítmico sentimento surreal.
O impossível está tão perto, e o sempre acostuma-se ao próprio hábito de reescrever-me a negro, quando me queria ver a azul translúcido. Um luto constante à luta, guerreia incessante à qual nem o rosto escapa. De uma vertigem somente reservada a Impérios, saber-se soltar o cabelo e calar as asas. Assim, de sorriso escondido no sabor do sal.
Um não sei quê que tanto me define. Sem limitar-me ao infinito, não me corrompe a coisa alguma, e em nenhuma me ter por completo. O não sei que mais de tanto me sentir quebrar, agarrar-me a isto. Esta coisa que me impede deixar de acreditar, ser-me possível entre os mortais.
As viagens, as esperas, as pressas, as idas, os regressos, as horas, o tempo que estagna, o outro que voa, os beijos, as despedidas, as alegrias e mais os sabores amargos do adeus. Quantos quilómetros tem este meu amor, sem ter a certeza que coisa é esta que trago no peito.
Tantas vezes quedei-me por esta estação, pensando que poderia prosseguir viagem. Afinal não. Não. A negação ecoando pelo túnel de azulejos e ladrilhos. Terminal, é o que sou.
Abraçaria mais depressa um fantasma alheio que fazer-me fácil à vida. Contrapondo com o gosto por sentidos práticos, pelos outros apenas de aroma a qualquer coisa. Não me podem pegar por aí, pelo que julgam cegueira e eu dádiva. Torna-se o instante quase obsoleto, o futuro cinzento, enfadonho como viagens por túneis escuros.
A aprendizagem deveria tornar-me ágil, forte, coeso. Não mais sagaz, que me canso de ter os ouvidos à em escuta e o coração alerta. A sensatez deveria vir racionada, em porções paralelas com a estupidez com que se injecta a realidade nas veias.
É demasiado para mim, já é demais para sermos apenas uns quantos a acreditar que é possível alcançar a coisa. Saber-me a boca a morte quando ainda nem a defunta flor do bem secou por completo. Vai morrer, é certo. Saber que se fina............................ agora neste instante. Provoca-me um arrítmico sentimento surreal.
O impossível está tão perto, e o sempre acostuma-se ao próprio hábito de reescrever-me a negro, quando me queria ver a azul translúcido. Um luto constante à luta, guerreia incessante à qual nem o rosto escapa. De uma vertigem somente reservada a Impérios, saber-se soltar o cabelo e calar as asas. Assim, de sorriso escondido no sabor do sal.
Um não sei quê que tanto me define. Sem limitar-me ao infinito, não me corrompe a coisa alguma, e em nenhuma me ter por completo. O não sei que mais de tanto me sentir quebrar, agarrar-me a isto. Esta coisa que me impede deixar de acreditar, ser-me possível entre os mortais.
As viagens, as esperas, as pressas, as idas, os regressos, as horas, o tempo que estagna, o outro que voa, os beijos, as despedidas, as alegrias e mais os sabores amargos do adeus. Quantos quilómetros tem este meu amor, sem ter a certeza que coisa é esta que trago no peito.
Tantas vezes quedei-me por esta estação, pensando que poderia prosseguir viagem. Afinal não. Não. A negação ecoando pelo túnel de azulejos e ladrilhos. Terminal, é o que sou.
16 comentários:
Senti cada palavra de ausência...
Adorei!
Tu escreves coisas tão profundas que chego a perder-me nas palavras...
Onde é que se aprende a escrever assim? Cada frase tua tem uma essência e uma profundidade que não dá para descrever!
Tu foge, que ficaste com fã
Fizeste-me lembrar o filme... :)
Se és Terminal, que o sejas por seres infinitesimal maior que a maior parte. Mas que isso faça de ti um terminal no início, o início de coisa nenhuma que te faça terminar. Com sentido ou sem sentido... t´mv.
Bj *, LOL.
Adorei ler-te.
Parabéns pelo texto:)
Gosto de lêr... ;)
Olá, Marcos.
O testo desafia, afronta e, novamente, envolve.
Gostei do teu blog pela sensibilidade e pela inteligência dos textos.
Também adoro o português de Portugal, sonoro e musical mesmo quando se o lê.
Te convido a conhecer meu blog.
Aqui faz frio, então tomaremos um chocolate quente.
Uma semana perfeita pra vc.
Beijos.
Seguindo...
Camara de corpo ardente
Todos somos um terminal, a dada altura... Todos somos cansados, exaustos, de uma realidade que nos incomoda, de palavras que nos incomodam...
Lobos velhos, cansados... em alguma altura... em dado momento...
Beijinho
Termina[me]
[de]TERMINA[-te]
É a primeira vez que venho cá, mas gostei tanto deste teu texto, que já andei a cuscar os outros :P
Mrs. On
Adorei a descrição de Terminal, e sabes...concordo com ela, a descrição!
Como sempre, adorei.
Tens uma maneira de te expressares que absolutamente maravilhosa!
Obrigada por a partilhares.
(:
As estações são como as garrafas meio cheias ou meio vazias, para uns começam as viagens, para outros terminam viagens. boa semana
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