É rebolando pelas tuas coxas, minha porquinha roliça, que me desvelo e enlevo ao sabor do teu pêssego. Escorre-me estas ganas de aliviar-te a dureza das meloas. Que não me sai do corpo esta ânsia, quanto mais esta vontade de matar-me no teu corpo. Quero galgar-te, debruando as tuas nervuras, sorver-te folhos, rosas, botões e afins. É como abrir-te em cada talhada, até que me deixes de novo assim, de sorriso rasgado, boca encharcada de sabor a ti.
Oh! Amor vilão, que esta merceeira me rouba as horas a este coração forrado a papel pardo. Em tom de enfado e de mão no quadril, avisa-me que a sopeira é de uma soltura leviana. Que não sabe de outras contas, só sabe pelo que ouviu dizer. Empurra-me quando me agarra a camisa. E mais me amarra o seu não dizer sim, enquanto esconde a volúpia por debaixo dos seus gastos trapos.
Agrada-me o seu cabelo mal arranjado e o cheiro a mulher de mil desejos calados. Diz-me que não e evita ficar entre o meu corpo e a caixa do pão. Polvilha-me a alma em riste, no seu tenro e doce jeito de me dizer não mas saber-me a sim. E tanta vez que o diz e me chama vezes sem conta, sem nenhum fim, “homem de Deus, não me maces tanto assim”.
Se ao menos a minha parvoíce não fosse tão lúcida, talvez me saísse melhor dizer que a degusto e a consumo até à última graínha. Perco-me pelos seus beijos em cachos, fazendo este querer cachoante. Doce merceeira, que não tem mel no seu regaço, mas tanto me sabe a trago melaço, delirante torrente que pelo vau lhe passo, não só com as mãos a marco ou por esta paixão que lhe tenho. Oh, quero-a em perfume alfazema, em molhos de orégãos e pau de canela. Olhos escondidos no medo de os fintar, a sós. Trejeitos tremidos, quão forte me aparenta o seu desejo por tamanho aperto no peito, num abraço. Tudo cairia por fim, pelas pernas que desmaiavam e à sua boca lhe subiria o meu nome.
Somente um balcão que nos delimita, e nada mais me aparta deste silêncio. Enquanto faz contas de cabeça, e os seus dedos na boca se humedecem. Que visão tenho eu, desde a ombreira da porta, onde calado queimo um cigarro aos pulmões. E as suas mãos tão belas, de giz quase inexistente, roçando os dedos ao de leve na ardósia. A que preço vende o meu coração, talvez a meia dúzia de suspiros a arroba.
É bela, mesmo no senão deste imaginário, passando à sua porta vezes sem fim, sem lhe ter um sentido contrário. Um dia, minha querida merceeira, um dia me dirás teu homem.
Oh! Amor vilão, que esta merceeira me rouba as horas a este coração forrado a papel pardo. Em tom de enfado e de mão no quadril, avisa-me que a sopeira é de uma soltura leviana. Que não sabe de outras contas, só sabe pelo que ouviu dizer. Empurra-me quando me agarra a camisa. E mais me amarra o seu não dizer sim, enquanto esconde a volúpia por debaixo dos seus gastos trapos.
Agrada-me o seu cabelo mal arranjado e o cheiro a mulher de mil desejos calados. Diz-me que não e evita ficar entre o meu corpo e a caixa do pão. Polvilha-me a alma em riste, no seu tenro e doce jeito de me dizer não mas saber-me a sim. E tanta vez que o diz e me chama vezes sem conta, sem nenhum fim, “homem de Deus, não me maces tanto assim”.
Se ao menos a minha parvoíce não fosse tão lúcida, talvez me saísse melhor dizer que a degusto e a consumo até à última graínha. Perco-me pelos seus beijos em cachos, fazendo este querer cachoante. Doce merceeira, que não tem mel no seu regaço, mas tanto me sabe a trago melaço, delirante torrente que pelo vau lhe passo, não só com as mãos a marco ou por esta paixão que lhe tenho. Oh, quero-a em perfume alfazema, em molhos de orégãos e pau de canela. Olhos escondidos no medo de os fintar, a sós. Trejeitos tremidos, quão forte me aparenta o seu desejo por tamanho aperto no peito, num abraço. Tudo cairia por fim, pelas pernas que desmaiavam e à sua boca lhe subiria o meu nome.
Somente um balcão que nos delimita, e nada mais me aparta deste silêncio. Enquanto faz contas de cabeça, e os seus dedos na boca se humedecem. Que visão tenho eu, desde a ombreira da porta, onde calado queimo um cigarro aos pulmões. E as suas mãos tão belas, de giz quase inexistente, roçando os dedos ao de leve na ardósia. A que preço vende o meu coração, talvez a meia dúzia de suspiros a arroba.
É bela, mesmo no senão deste imaginário, passando à sua porta vezes sem fim, sem lhe ter um sentido contrário. Um dia, minha querida merceeira, um dia me dirás teu homem.
13 comentários:
é muita fruta
L. Mervelha meets C. Verde.
De sumo teu a escorrer-me entre dedos merceeira, apago-me no escancarar das fitas que penduradas á porta me separam da rua. De compras fartas te levo no corpo...
Ou não!... provavelmente na incerteza é que mora o encanto... ;)
como sempre, com muita paixão!
beijos.
Adorei... ah!!! Poeta...
Texto delicioso recheado de suculentas metáforas.
Bravo!
Oinc..Oinc*
Texto apetecível...
"Polvilha-me a alma em riste, no seu tenro e doce jeito de me dizer não mas saber-me a sim."
Adorei. :)
Há algo para ti, no meu blog.
Beijinho
Como adorei o "minha porquinha roliça"!
Muito bom =)
Não sei se gostas ou não de selos, mas passa lá no meu blog, passa que tens lá um para ti.
Beijinho.
Tens selo no meu blog ;)
Tenho a ardósia toda fodida. (leia-se, partida].
Ao vivo e a cores.
Respirar. Saliva. Beber. Sumo.
Néctar.
Parvo.
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