Encerra-se em medos
gotejantes, desmedidos pavores
que ao coração sabe a farpas
mágoas revoltosas, revoltantes
e dá-se a volta completa
no sentido errado
inerte de qualquer sentimento
despido, de mãos vazias
atormenta-me o medo do nada
não de vazios, de ocos momentos
ou partituras em branco
porque já lá estive, no outro lado
ali, mais além da luz
mais para além de quem sou
do que me toma e me embala
assim...
em pleno rosto das noites escuras
destes velórios... de nada
sou corpo presente, nesta pele que me agrada
que agarra, descola e volta a colar
pegando, insinuando a repetição
a uma compleição escusada
assim...
em pleno rosto das coisas sombrias
destes escombros... de nada
sou um todo amante
um pouco ou nada presente
um vigoroso errante
de parcos costumes comuns
encosta o frio solfejo do teu nome
reencarnam gélidos, antigos pesadelos
assim...
bem devagar em mim
devagar... mais para o fundo
terno gume lancinante
debruado a dourada mudez
nudez crua de me sentir novo
de novo
10 comentários:
Bendita essa capacidade de te reinventares!
Beijo
Infelizmente o sentimento persegue-me ! Mas um dia eu vou enganá-lo e tocar-lhe as voltas.
O teu poema é sublime!
E são essas voltas completas de sentidos errados que fazem sentido, mas que dizem que não.
........
o [in]comum é fodido.
...........................
Porra.
E são essas voltas completas de sentidos errados que fazem sentido, mas que dizem que não.
........
o [in]comum é fodido.
...........................
Porra.
Voltaste às palavras...
que bom! Mesmo que aínda não as sintas como tuas, és tu..
de novo!
BE|m ha|j|as*
esses nadas reticentes que nos tremem no peito e rebentam nos dedos...
que saudades eu tinha!
_Baci_
é tão, tão bom ler-te!*
Não querias demasiado a luz. O branco. Ofusca-nos. Cega. âs vezes é melhor vivermos na imprecisão da sombra, onde os olhos cegos aprendem a sentir.
Muito obrigada.
Deixo desde já os parabéns, fiquei cativada por este poema.
Esta muito lírico e, já agora, os pesadelos reencarnam sempre com uma finalidade, ainda que ela seja a pura aprendizagem através do sofrimento, porque, mesmo do mal, trazemos sempre alguma coisa positiva!
Até dentro da plenitude existe um abismo...! Sei, porque já fui essa plenitude e esse abismo...
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