A minha leve camisa, incendiária de avareza no que esconde. Ai, corpo comum, delito tomado a preceito, sem respeito que valha a condição. Tomada a pouco saber, sem que me torne num oferecido qualquer.
Tapa a nudez do peito que arde, inflama por que me dispas. Despe-me, despe-me. Cada botão, dedo a dedo que cicatriza, ardor de que me esqueço. Entro. Desço. Morro.
Tomara a noite saber em viva voz que lhe é dada, toda a conquista em posse sucessiva, mascarada de laivados prazeres. A língua que se enrola ao falo destino, sedento sou, estou, de mim, de ti. Tira-me agora esta camisa.
Mais um pouco dessa droga. Estranha, entranha-se na garganta. Sede proporcionada, soluços de te formar na voz que me escorre nas entranhas. Treme, vibrante, a viçosa flor de carne. Seiva bruta, sal que amarga os doces lábios que te murmuram. Sabor a ti, segredos fechados, calados na quietude contrastante. Dá-me mais desse vicioso sentido nocturno.
Solidão cauterizada, silêncio interrompido quando me rasgas. Loucura entre as quatro paredes, tecidas nas promessas passadas. Presentes destinos, tragados momentos a sós. Bebida em chama azul, pronúncia marcante, quando dedilhas esse nome de pecado, quando me chamas assim.
A minha leve consciência de perigos maiores, já sem nudez que possa estranhar, nem feridas que infectem o prazer. Sigo a ténue luz do isqueiro. Circundar a chama, reacender-me sem tirar, sem ousar em ganhar fôlego. Não páro. Segue o rasto, despe-me de novo a camisa.
Dá-me a tua boca, dentes cerrados para a cura. Desejoso ardor, queimando até morrer. Rasga o que resta de mim. Desliza a tua aberrante mania de me marcar a sangue. Violenta, possessa dos meus botões. Rasga. Revolve. Resolve.
Deixa a janela aberta para que circulem as ideias. Não tenciono morrer mergulhado no próprio ar suicida que criei. Deixa-me sair, respirar, morrer. Acabar azul em preto fosco. Deixa o que me resta da camisa, sem fronteiras, nem faianças de palavras mal medidas. Dita o silêncio a melhor das conversas, enquanto secamos suores.
Espalhado pelo chão, o que sobra do meu pudor de esconder vergonhas. Exibidas a nu, despidas peles, jazidas de pensamentos. Excitado, quero em mais morrer, em destino a dar-me ao pleno prazer. Oferece-me uma nova camisa. Usando-a só para ti, caberá toda a minha pele nas tuas unhas.
Tapa a nudez do peito que arde, inflama por que me dispas. Despe-me, despe-me. Cada botão, dedo a dedo que cicatriza, ardor de que me esqueço. Entro. Desço. Morro.
Tomara a noite saber em viva voz que lhe é dada, toda a conquista em posse sucessiva, mascarada de laivados prazeres. A língua que se enrola ao falo destino, sedento sou, estou, de mim, de ti. Tira-me agora esta camisa.
Mais um pouco dessa droga. Estranha, entranha-se na garganta. Sede proporcionada, soluços de te formar na voz que me escorre nas entranhas. Treme, vibrante, a viçosa flor de carne. Seiva bruta, sal que amarga os doces lábios que te murmuram. Sabor a ti, segredos fechados, calados na quietude contrastante. Dá-me mais desse vicioso sentido nocturno.
Solidão cauterizada, silêncio interrompido quando me rasgas. Loucura entre as quatro paredes, tecidas nas promessas passadas. Presentes destinos, tragados momentos a sós. Bebida em chama azul, pronúncia marcante, quando dedilhas esse nome de pecado, quando me chamas assim.
A minha leve consciência de perigos maiores, já sem nudez que possa estranhar, nem feridas que infectem o prazer. Sigo a ténue luz do isqueiro. Circundar a chama, reacender-me sem tirar, sem ousar em ganhar fôlego. Não páro. Segue o rasto, despe-me de novo a camisa.
Dá-me a tua boca, dentes cerrados para a cura. Desejoso ardor, queimando até morrer. Rasga o que resta de mim. Desliza a tua aberrante mania de me marcar a sangue. Violenta, possessa dos meus botões. Rasga. Revolve. Resolve.
Deixa a janela aberta para que circulem as ideias. Não tenciono morrer mergulhado no próprio ar suicida que criei. Deixa-me sair, respirar, morrer. Acabar azul em preto fosco. Deixa o que me resta da camisa, sem fronteiras, nem faianças de palavras mal medidas. Dita o silêncio a melhor das conversas, enquanto secamos suores.
Espalhado pelo chão, o que sobra do meu pudor de esconder vergonhas. Exibidas a nu, despidas peles, jazidas de pensamentos. Excitado, quero em mais morrer, em destino a dar-me ao pleno prazer. Oferece-me uma nova camisa. Usando-a só para ti, caberá toda a minha pele nas tuas unhas.
10 comentários:
Eu adoro este estilo de texto.. profundo, sofrido, e belo.
beijokas
descamisados de todo o mundo: uni-vos!
;)
ai que calor...
*
a maneira cm escreves... às x é incrivelmente perturbadora.. mm. kiss
Acabar azul em preto fosco...?
Gosto.
1º pensamento (estúpido): mas... eu gosto de camisas...
2º pensamento (estúpido): tanto desejo deve ser dificil... doi de certeza...
ultimo pensamento que só é estupido pois nada tem haver com este clima ardente: pôe a camisinha! nos dias que correm... não é o extrato bancário que se tem que pedir, mas sim os testes de sangue!!
Jinhos (e desculpa... hoje só sei dizer asneiras...)
Jinhos ;*
Gosto de te ler o arder e o despir...
Beijos nús!
Não vou dizer nada.Não posso. Não devo. Sairia um relato extenso sobre as milhentas coisas que se escondem sob uma camisa...
... e no ultimo botão, essência, semente de ti!
Intensamente sentido, mervelhosamente escrito e alampadamágicamente lido, relido, sentido e reescrito entranhas de mim!
Arrepio de encanto!
É.
Olá!
Soberbo este texto.
Gostei muito.
É ao meu estilo.
Beijo Silencioso
Encontrei te por acaso,li apenas um post,mas foi o suficiente para te dizer (...)
Venho ler(te) mais tarde!
um beijo
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