Não poderia começar melhor esta página que deixei em branco, em sensação semelhante na escrita. Pureza perdida em escrita corrente. Esta é mais um pergaminho, um trecho sem causa, deste pequeno caminho e do resto que já para trás ficou. Quedo-me na imundice humana, porque nem um grito me salvaria. Denuncio-me naquilo que me resta, tudo.
Após o incêndio, as cinzas em que alimento a esperança, são o bastante para na minha cara, herdar em despejos que são, ornamentos de amor. Sem que me falte algo, tudo o que existia e ardeu, em mácula violada. Descuidada, desfi-la num instante, dissolvendo-me em cor desmaiada de amor. O que já não existe, não carrega lembrança, muito menos saudade.
Nos dias maiores, em que o sol não me permite morrer na humidade das coisas, nada me infecta ao que me destino. Sou cobrado a cada instante que pense e sinta, o flagelo desleal da veracidade, o horror do anoitecer.
Não tenciono gastar-me demasiado já, na pedra que arrasto com o pensamento. Muito mais há que pensar, sem que seja redobrar-me em cuidados à mão da maldade. O que é mau também me alimenta, mesmo que agonie, alimento-me da própria fraqueza. Aguenta-se a ânsia que me quer sair pela boca, aquela que me trazia em vísceras, toda a música que se torna causa de parte minha extinta. É no gesto da melodia que morro, assim o foi, assim me dói.
Após o incêndio, as cinzas em que alimento a esperança, são o bastante para na minha cara, herdar em despejos que são, ornamentos de amor. Sem que me falte algo, tudo o que existia e ardeu, em mácula violada. Descuidada, desfi-la num instante, dissolvendo-me em cor desmaiada de amor. O que já não existe, não carrega lembrança, muito menos saudade.
Nos dias maiores, em que o sol não me permite morrer na humidade das coisas, nada me infecta ao que me destino. Sou cobrado a cada instante que pense e sinta, o flagelo desleal da veracidade, o horror do anoitecer.
Não tenciono gastar-me demasiado já, na pedra que arrasto com o pensamento. Muito mais há que pensar, sem que seja redobrar-me em cuidados à mão da maldade. O que é mau também me alimenta, mesmo que agonie, alimento-me da própria fraqueza. Aguenta-se a ânsia que me quer sair pela boca, aquela que me trazia em vísceras, toda a música que se torna causa de parte minha extinta. É no gesto da melodia que morro, assim o foi, assim me dói.
Os espelhos são curas e tormentos, nem os olhos sabem o que olham. Brindarei mais vezes que todas as que me apeteça. Porque sobrevivo, honrando quem acreditava naquilo que carrego dentro de mim. A bondade, essa, está apenas onde nada, mesmo nada, tenha por alguma vez sido tocada por mãos humanas.
5 comentários:
E porque de ti nunca me retiro, meu amor...assim te vejo, nu e cru!
a minha lâmpadazinha parece que ás vezes fica como a tua..ía jurar que tinha deixado aqui 1 coment, mas parece que não..bom..
perguntava-te se os escritos eram da tua autoria; é que são realmente mto bons.já fazes parte do meu passeio habitual.(e esta musica tambem se encaixa lindamente.smak!
Muitos falham quando tentam cantar-se a si próprios elogiando os seus feitos e virtudes. E tu, aqui a tentares convencer-me que és assim tão mau por dentro, quando simplesmente estás a deixar que a tua alma escolha o seu tema. A bondade, essa não faz parte de quase ninguém e os que na sua obstinada ignorância a tentam cravar aos outros nem sabem o destino fatal que dão à arte que é saber escrever.
É tão verdade o que dizes sobre a bondade... Gosto desta bela crueza que te define!
Beijo
as mãos humanas... onde tocam lixam com F. tão depressa criam e erguem como destroem, derrubam, arruinam...
=)*
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