Levo no peito, cheio e completo
A voz que me deste, no pranto de cada sílaba
Torno a voltar-me contra a própria sombra
Vociferando como um velho senil
Sem sinal
Sem sinal de porto, seguro e de resguardo
Marcado, a milhas, em qualquer confim
Porto seguro, constante em mim
Parto confiante no que levo, no nome que me deste
Sem rota
Sem rota, traço no mapa, nem nas estrelas orientado
O laço, na união que tenho, no humano que tento ser
O trilho desvenda-se, a rota faz-se anunciar
No olho do instinto, no peso entre a espera e a procura
Farejo
Farejo o que se proporciona sob o sol escaldante
Suor, marca, suor, calor, suor, amor, suor, sorrir
No frio, submeto a pele ao estímulo do arrepio
Aqui... aqui... mais aqui, e aqui também
É bom
É bom arder, renascer, acalmar, revolver, acabar, morrer
Verbalizar em cada pedaço meu, uma parte de cada qual
Ser canto qualquer, no desconhecido, fora de rota que esteja
No silêncio a que a palavra me obriga, não menos calado o sou aqui
Em ti
Em ti, areia fina, pó em delicadas mãos de tocar
Despistar-me na tua bainha, linhas no retoque a tempo do decoro
Fingir impressionar os bons costumes, em gozo que somos
Transforma-se o dia num sorriso, é fácil viver quando...
Levo no peito...
imagem: Marco Neves
7 comentários:
É o teu sorriso , que me embriaga a vida :)
Ai Marco nao percebo hoje. Tantos opostos, antiteses e semelhantes!
Vê lá.. gostei muito mas quero que me surprendas novamente.
a primeira fotografia agrada-me bastante. =D
hummm arder dói muito... mas às vezes é preciso, não é?
;)*
A.
Olá!
Gostei muito do teu espaço. óptimas fotografias..vou ler com mais atenção. abraço
"Levo no peito..." este poema...obrigado
"O coração tem razões, que a própria razão desconhece"... é o que me ocorre... por instinto! ;) jinhos e inté...
e em mim é tão difícil viver quando...Carrego no peito...
...é tanto o amor que por aqui vais levando M.
Bravo.
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