As sombras que insistem em não desvanecer com o tempo, tornam-se nódoas aos olhos de quem as sente e de quem as vê. E quando a noite chega com as suas mãos de pesadas horas, o antigo relógio de parede faz-se ouvir, dando corda ao único momento dos pesarosos dias em que nos sentimos vivos.
É entre as vagas de sono que se abatem lentamente na fina camada de consciência, que nos encontramos. Pouco a pouco abdicamos do corpo, olhando para o branco infinito do tecto do quarto, até finalmente estarmos todos presentes.
De mãos dadas e sorrisos largos, sentimos o que nos é impedido de olhos abertos. Não são sonhos, são encontros camuflados entre nós. Esconderijo de nós para nós, tão inalcansável e volátil a estranhos como a um simples acordar. Os habituais sabem-no e não o ignoram.
Por mais que se durma serão sempre breves, os encontros, não nós. Seria injusto dizer que não nos completa a todos. Por pouco que pareça, é-me bastante gratificante sentir a leveza do teu toque e a candura do teu olhar. Aqui estamos entre as brisas e os desejos em comum.
Acordados ou não, sempre estivemos e estaremos.
6 comentários:
=)
sabes o que fiz ao meu relógio de parede?
acho que ficou lá para sempre. esborrachado. embutido. como se não houvessem mais horas.
poderemos algum dia sepultar o tempo?
em nós.
A.
*
De que falas?
Talvez fales de mim! Ou talvez fales de ninguém...
Falas?
Não ouvi nada...apenas li!
E lendo fiquei a saber que falas de Amor...!
Alamparinado,
acordada ou não
sempre estive
e estarei
onde nunca saberei!
Cheers e cuidado com o cotonete, ele anda aí, quer dizer...anda lá!
O momento mais lúcido, certeiro e consciente do mais íntimo de nós mesmos... ;) Jinhos
e.ternos momentos.vossos.
___________________________A___
O momento em que o "eu",
através da própria temporalidade,
se torna fluido e insubstancial...
Falas de como a vida é tão curta e os milésimos de segundo do relógio andam a uma grqnde velocidade...
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