Adorno-me com a importância que me dás. Colado na tua memória, à tua pele, chego de mansinho, desprendo todo o desejo que cultivo aqui. Entre a palma da mão e o coração de sentir.
Na minha mão trago mais que desejo. Um pouco de mim, um pouco de ti. Misturados no mesmo recipiente. Esperamos só numa breve pausa de tempo, o suficiente para inspirar. Desenformamos o que de nós misturámos. Ingredientes inextinguíveis, esse teu açúcar, a frutose da tua seiva na minha boca.
Penso que foi num dia assim, semelhante na luz. Sentado ao sol, aquecendo, dilatando o que me corria por dentro. Ideia de te querer, mais até que o próprio querer. No rosto que tens, esboço de sorriso.
Contaste-me um pouco da tua história. Eu fui pintando cada traço de ti, no meu imaginário. Contraste em contraste, encontraste-me. Procuraste e olhaste, a tua vontade era consumir-me, entrar e ficar em ti. Quebra a barreira e vem, chega-te, cola-te. Vem, e faz-me chegar, mais um pouco.
A tua pele, rubra em desejo. Queimo a minha língua em cada parte de ti, morro e renasço a cada instante. No silêncio que escurece o dia, olho-te com a mesma fome. Tomo de assalto o teu umbigo. Espraio por todo o teu corpo, humedecendo cada recanto que existe em ti.
A tua língua que traz à minha, intenções de posse. A tua boca que fala na voz do corpo, este que já nem sei a qual de nós pertence. Desliza bem devagar, ritmado, como o êmbolo que nos faz mexer. Eu em ti, tu em mim. O meu no teu, a tua na minha.
Latejante, palpitando a cada instante, na lúbrica investida. O lençol que enreda e cola. As mãos que agarram e empurram. No gesto cru de agarrar o teu cabelo. Força, dá-me com força. A voz não controlada, na escalada em devaneio, no culminar em êxtase.
O dia que finalmente morre sobre os corpos, cobertos pela quietude que a noite traz em si. Beijamos o único sentido que existe, nós. Na voz quente, encostado ao teu ouvido, provocando pequenos espasmos. Continuando a mesma linha a fio de amor, que nos une. A paixão desmesurada de viver, prosseguindo, um no outro.
Continuamos…
13 comentários:
Amar-te,
assim sem perda de tempo,
por todos os meus sentidos...
até que a noite dê lugar ao dia!
fico a aguardar pela continuação. =D o texto está muito bem acompanhado quer pelas imagens, quer pela música.
boa semana!
A.*
consegues tocar com as palavras
Cristo!!!! Que quadro!!!! Uma tela pintada em vocábulos, e escrito maravilhosamente... e para ser sincera as imagens apenas as enfeitam... porque nesta tua escrita, pessoalmente acho que até poderiam estar ausentes... resta-me agora aguardar... pela continuação(ou talvez não)... ;) beijinhos e inté
Que bom que continuam, quem bom que continuas com tuas palavras quentes, envolventes, que retrata tantos momentos de nossas vidas que se não fossem tão bem descritas e sentidas somente passariam.
Mas, você tem a capacidade de eternizar tais sentimentos, como únicos, como se todos os vivessemos neste mesmo instante...Envolve, apaixona, seduz...E mais nada..e precisa mais???
Beijos e cuide-se...
Ui... que arrepio!
Continuamos?.... e duvidas??????
:)
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Aguardo.......................................................................
Mervelho...
Consumiste todas as palavras o que eu podia deixar espalhadas por aqui...
(...)
Continua...
Emocionaste-me, sei lá!
Fui... (saio profundamente desconcertada...)
Cheers
...feliz.que assim se deixem ficar.
continuando...
A inveja é uma coisa feia... mas só se pode invejar alguem como tu! Continua meu lindo!!!
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
Que sejas sempre perene.
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deliciada..............
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arrepidada.............
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sem palavras...........
CONTINUA!
Beijos Grandes
Viola L.
xx
Haja fôlego!
Não há frieza que resista!
Belo post!
como é que eu não li este.. senti-me estranha sabes, senti-me uma "voyeur" numa determinada parte do texto. Caramba que filme... nem te digo, Está bem contado demais!
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