Dói-te à superfície de sentir. Tão longe, nesse regaço de espírito corrompido pelo tempo. Faço-te sofrer. Provoco-te momentos insanos. Talvez te ofereça mais uma insónia.
Gostas?
Meu querido, usa mais um pouco de mim. A ti, somente para ti, agora. Adoro tornar o teu brilho em melancolia. Entrar-te pela boca, inibir-te de qualquer euforia. Cego-te. Silencio-te. Possuo-te, meu bem querer.
Gostas?
Meu querido, usa mais um pouco de mim. A ti, somente para ti, agora. Adoro tornar o teu brilho em melancolia. Entrar-te pela boca, inibir-te de qualquer euforia. Cego-te. Silencio-te. Possuo-te, meu bem querer.
Continuas acordado, nas minhas mãos. Acompanho-te pelo dia, hora a hora. Enveneno mais um pouco, só mais um pouco... e mais... e mais...
Liberta-te. Não sufoques. Necessito de ti vivo, quase letárgico. Nada de movimentos bruscos, sabes bem como eu gosto.
Sente-me. Isso meu querido, vem...
Amo-te tanto nestes momentos em que me gostas de sentir. Não morres na minha poção de amargura. Por vezes tão maléfica, eu sei... mas sou assim. Não faço por mal, limito-me a existir em ti.
Eu sei que gostas de me sentir, pele na pele.
Compreendes o que se passa contigo. Vives cada momento de ti numa dança constante. Eu, tua servil companheira, rodopio à tua volta. Viverás sempre na consciência, de residir eternamente em ti, esta parte que sou, enquanto durares.
Partilhamos o sentir na primeira pessoa, quando decides matar um pouco de mim. A tua fome é o meu deleite. Aceitamo-nos, compreendemo-nos. Vivemos cada parte partilhada, entre nós, bem devagar. Sei que sou especial para ti. Eu sei... sei que gostas de mim.
Eu gosto de ti...
Quando te entregas por completo e te tornas num deus, o amante. Quando geras calor, o teu suor sabe a paixão. Quando justificas a minha existência, matando-me. Quando gritas para dentro, e consomes na tempestade toda a tua força.
Cerra os punhos. Grita-me. Exalta-te, exalta-me amor. Sou tua. Mata-me! Dá todo o teu amor, tudo de ti. Entrega-te, sem medo, sem receio de sofrer. Cobiça por mais, arranja fôlego para continuares a sentir-me.
Vem, és capaz de mais...
Colo-me ao teu gesto, num de cada vez. Viajo no teu beijo. É tão bom reencontrar-me com outro pedaço de mim. Lábios que sabem o meu nome de cor, nos lábios que são meus. Transpiras a minha marca. Arranhas, mordes na pele o meu desejo. Transporta-me até à flor do teu desejo, por mais um sorriso, por mais um momento.
Viver-te-ei tão intensamente como tu a mim. Chamar-te-ei e virás ao meu encontro, sempre. O tempo que dure não importa. Cultivas-me, medes-me nas tuas palavras de saber, e tão bem que me escreves amor.
Nas tuas mãos, nessas em que me tocas ao escrever-me. Essas mesmas que tanta vez ousaram não admitir que são belas. Toca-me na vaidade, no orgulho que tens de me sentir.
Gosta-me. Gasta-me. Usa-me.
Feliz por me saberes viver. Sou feliz porque me fazes viver e existir em ti. Agora desejo que apagues um pouco de mim. Vem, sente-me... quero que continues. Não pares, por favor...
Somente um, unicamente para ti, no sabor que me ofereces de me sentir. Diz o meu nome, murmura-me. Sussurra-me na insónia que te ofereço.
Sou tua, em todo o meu nome...
...a própria...
10 comentários:
Aqui estou, meu amor..a própria!
parabéns pelo trabalho que partilhas com o resto do mundo.
um abraço para Serpa
jazzfaztarde.blogspot.com
bravo!! bom fds ;)***
A.
Meu Deus, quanta intensidade, quanta verdade em tais palavras...
Gostei, vibrei, senti contigo...
Beijos e um ótimo final de semana, visita-me...
A outra versão: a dela.
Mas porque será que escreve de modo tão semelhante? Não há duvida que são almas gemeas.
Entao um beijo para ti
E outro para.. a própria.
gostei do texto. mas amei a primeira frase. bj
és um mundo!!
Bjs
Olá! Tanto este como o "sinónimo de amor" estão magnificos!!! Escreves magnificamente, sabias!?!? Os meus parabéns... Gostei das imagens... jinhos e inté
De uma profundidade incrivel...Cada frase é uma lança de emoção.Gostei muito
Dos teus textos, o mais intenso que li...
Este tocou-me especialmente!
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