se me poluis no teu chover
São rosas senhor, são rosas
no teu picar está o meu ardor
não há milagre que valha
Merece-me, faz por tal
Já pouco te canto, mal te encontro
talvez as vistas sequem como os lagos
as lágrimas como rios
Trocam-se partituras
nem assim, desagrada-me o sentimento
Mais tarde...
torcem-se linhas, planos e formas
congela-se metade de nós
E no calor, o Sol que nos tolhe
neste desvelo que me fazias sentir
As horas mortas acordaram para a vida
e a fio de prumo alinhaste o coração
Funguei, colhi tosses
convulsões, enquanto te esperava
Muito mais tarde...
bem mais que uma viúva quando espera
pelo homem que não volta
Olha para o mar, não o traz de novo
Não espraio na tua areia
porque não me leva a maré
Sendo já tão tarde...
nem sei onde fica jusante
Não obstante,
sacrifiquei-me a todas as horas
Em pouco escarlate
a tinta de mim, já não escorre
Em doces palavras me envolveste
numa embalagem de papel pardo, para a viagem
És fino novelo, eu o burel
neste beijo de noite, não te quero mais sentir
Tingiste o meu pano, alinhavaste-me com um sorrir
Agora não te descoses, nem quando bato à porta
à tua, porque só sei a tua rua
Neste modo airado de caminhar
bamboleando pelas gotas frias de chuva
No meu único sentido, até ti
peço-te...
o que nunca pedi
3 comentários:
Está simplesmente lindo Marco! Soberbo, para mim é o teu segundo melhor texto. Sabes mexer cá dentro. Mereces que te traga um potro argentino hehe
beijoss
Marco:
Os teus textos são primorosos...
gostosamente compostos de poesia,
criatividade,pendor literário,
sensibilidade e tempero erótico qb
Para culminar,esteticamente,as imagens são fabulosos e em simbiose
perfeita com a alma das palavras.
Não pares!
Bjs mt cúmplices da tua
M.Mar
sentido*
A.
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