Gostaria neste momento de largar toda a pele que se me ajusta ao verdadeiro sentido. Gostaria imenso de o conseguir. Aqui estou, aqui sou.
Na terra que me pariu, ao coração embalado na planície, são os meus olhos o amor da terra, entre influência moçárabe e resquícios celtas. São vozes, castas raízes de únicos valores. Orgulho-me de o ser, de me sentir assim.
Marco, eu sou.
Gostaria mais dizer, sem apresentar o tanto que me falta para alcançar o sorriso. As pessoas são tolas, e tolo que sou em acreditar nelas.
Por vezes, enquanto fumo de uma forma apaixonada e solitária, eu e o meu cigarro somos um mútuo vício. Nada mais me poderia faltar naqueles cinco minutos. Por vezes sim, até penso.
Seria injusto desassociar toda a minha pessoa de quem realmente sou. Eu, o verbo. Fumo porque gosto, bebo por gostar ainda mais. Inalo, consumo tráficos mercantis. Mato, morro, assassino devoluto. Escorro, queimo, amo a pele que roça na minha. Influencio a espera, deturpo palavras, intensifico ódios. Esqueço-me e volto a respirar.
Recomeço sempre que acabo, de preferência mal, ao contrário da forma como realmente deveria ser, assumo-me frente a frente. Vicio-me nos habituais planos, sem que me pareça demasiado estranho esta relação de amor e ódio entre a minha pessoa.
A vaidade é estranha, mas entre paredes, bem espessas, nada me resulta de estranho. Agrada-me. Quero as minhas vontades feitas, prontamente consumadas. Luto contra a minha paciência e tolerância. Desejo-me pior, mais azedo e egoísta. Quero a meus pés todos os beijos prometidos. Desde os meus perfumes às minhas taras, dos traumas aos delitos do prazer, quero-me mais, muito mais. Mesmo nesta arrogância que me enjoa, a antítese de um tempo adverso de outro. Desejo sentir-me sempre assim, vivo.
Necessito de mais um chuto, do cavalo que me sangre até ao tutano. Para isso vive-se entre um dia e outro. Necessito de necessitar, sempre na ânsia de chegar a casa. Por fim, sentir-me na impossibilidade de abandonar esta cabeça e descansar.
Sou eu pessoa de Janeiro, no silêncio matinal do gelo ao acordar. Com os pés sempre fora da cama, livres, terrenos. Solto o cabelo e guardo memórias que desejo não partilhar. Nunca. O egoísmo exagerado porque nunca explicarei a razão de adorar o som riscado de um disco de vinil. Nunca ninguém saberá ao que me sabe o os estofos dos bancos de napa de um citroen. Amargo apenas, é bom.
Convenço-me da autenticidade para que não morra no desgosto de imaginar alguém igual a mim.
Não quero!
Gosto de me arrastar pelos meandros e clareiras deste mundo sem fundo. Entre a Luz e Trevas, agrada-me a constante luta pelo equilíbrio... e deixar-me levar. Serei sempre o único e fiel devoto, missionário de mim mesmo, morrendo a cada investida do que ainda preservo selvagem. Fiel mas excomungado, pelo menos duas vezes por dia, por tanto estar em falta, para comigo e os outros.
O tempo clama por mais calma e temperamento, sem que seja a brandura a melhor das qualidades. Carrego marcas, cicatrizes de juventude, as melhores que possuo. Transporto memórias e colo momentos ao presente. Era ruim, agora sou pior. Reconheço o meu rosto longínquo, revejo-me no sorriso de Inverno.
Acalenta o sonho, a obra que se cria aos poucos no tom pálido da próxima estação, o perfume impregnado na minha língua. Amargo, forte, mortal. Condena-se à partida, a estreita passagem do meu mundo para o externo. É difícil, sou-o também.
Gostaria de ser Outono metade do tempo, preservar-me da mesma forma, com igual beleza. Gostaria imenso de continuar a sentir-me assim, como o Outono para a vida. Outra metade seria Inverno, porque é a privação, a intempérie, a luta, as longas noites. Gostaria, gostaria mesmo de sorrir da mesma forma que numa manhã de pleno Janeiro.
Marco continuarei a ser, estrada fora… irei gostar sim.
Na terra que me pariu, ao coração embalado na planície, são os meus olhos o amor da terra, entre influência moçárabe e resquícios celtas. São vozes, castas raízes de únicos valores. Orgulho-me de o ser, de me sentir assim.
Marco, eu sou.
Gostaria mais dizer, sem apresentar o tanto que me falta para alcançar o sorriso. As pessoas são tolas, e tolo que sou em acreditar nelas.
Por vezes, enquanto fumo de uma forma apaixonada e solitária, eu e o meu cigarro somos um mútuo vício. Nada mais me poderia faltar naqueles cinco minutos. Por vezes sim, até penso.
Seria injusto desassociar toda a minha pessoa de quem realmente sou. Eu, o verbo. Fumo porque gosto, bebo por gostar ainda mais. Inalo, consumo tráficos mercantis. Mato, morro, assassino devoluto. Escorro, queimo, amo a pele que roça na minha. Influencio a espera, deturpo palavras, intensifico ódios. Esqueço-me e volto a respirar.
Recomeço sempre que acabo, de preferência mal, ao contrário da forma como realmente deveria ser, assumo-me frente a frente. Vicio-me nos habituais planos, sem que me pareça demasiado estranho esta relação de amor e ódio entre a minha pessoa.
A vaidade é estranha, mas entre paredes, bem espessas, nada me resulta de estranho. Agrada-me. Quero as minhas vontades feitas, prontamente consumadas. Luto contra a minha paciência e tolerância. Desejo-me pior, mais azedo e egoísta. Quero a meus pés todos os beijos prometidos. Desde os meus perfumes às minhas taras, dos traumas aos delitos do prazer, quero-me mais, muito mais. Mesmo nesta arrogância que me enjoa, a antítese de um tempo adverso de outro. Desejo sentir-me sempre assim, vivo.
Necessito de mais um chuto, do cavalo que me sangre até ao tutano. Para isso vive-se entre um dia e outro. Necessito de necessitar, sempre na ânsia de chegar a casa. Por fim, sentir-me na impossibilidade de abandonar esta cabeça e descansar.
Sou eu pessoa de Janeiro, no silêncio matinal do gelo ao acordar. Com os pés sempre fora da cama, livres, terrenos. Solto o cabelo e guardo memórias que desejo não partilhar. Nunca. O egoísmo exagerado porque nunca explicarei a razão de adorar o som riscado de um disco de vinil. Nunca ninguém saberá ao que me sabe o os estofos dos bancos de napa de um citroen. Amargo apenas, é bom.
Convenço-me da autenticidade para que não morra no desgosto de imaginar alguém igual a mim.
Não quero!
Gosto de me arrastar pelos meandros e clareiras deste mundo sem fundo. Entre a Luz e Trevas, agrada-me a constante luta pelo equilíbrio... e deixar-me levar. Serei sempre o único e fiel devoto, missionário de mim mesmo, morrendo a cada investida do que ainda preservo selvagem. Fiel mas excomungado, pelo menos duas vezes por dia, por tanto estar em falta, para comigo e os outros.
O tempo clama por mais calma e temperamento, sem que seja a brandura a melhor das qualidades. Carrego marcas, cicatrizes de juventude, as melhores que possuo. Transporto memórias e colo momentos ao presente. Era ruim, agora sou pior. Reconheço o meu rosto longínquo, revejo-me no sorriso de Inverno.
Acalenta o sonho, a obra que se cria aos poucos no tom pálido da próxima estação, o perfume impregnado na minha língua. Amargo, forte, mortal. Condena-se à partida, a estreita passagem do meu mundo para o externo. É difícil, sou-o também.
Gostaria de ser Outono metade do tempo, preservar-me da mesma forma, com igual beleza. Gostaria imenso de continuar a sentir-me assim, como o Outono para a vida. Outra metade seria Inverno, porque é a privação, a intempérie, a luta, as longas noites. Gostaria, gostaria mesmo de sorrir da mesma forma que numa manhã de pleno Janeiro.
Marco continuarei a ser, estrada fora… irei gostar sim.