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segunda-feira, 5 de junho de 2006

Poeta de Vão de Escadas

Do cimo daquelas escadas descansei uma tremenda insatisfação por não mais me conseguir controlar.
Do cimo daquelas escadas gelava-me o vento um lado da face, a outra derretia ao Sol.
Do cimo daquelas escadas, por entre pastilhas coladas e beatas abandonadas, havia luz que
se via ao longe, meus olhos que morriam de desespero.
Do cimo de qualquer topo, de qualquer lugar que fosse ou sentisse…

Foi no topo daquela escadaria que por entre as arvores surge a causa de tanto pânico.
Foi ali, como noutro lugar qualquer que se torna especial que me senti como as próprias escadas.
Do cimo daquelas escadas em que te sentaste ao meu lado, vimos acima de qualquer topo… bem acima de nós.
E por muito que pudesse dizer ou por mais que pudesse cantar, nada me encantou mais que a alma do teu olhar.
Tão mais simples é olhar-te.. e que eles falem por mim. Pois mais não sou que um amante desta errante dor de não conseguir falar sem ser com as mãos, sentindo-me tão pequeno quando olho para ti... mesmo que seja no cimo das escadas
imagens: Marco Neves

2 comentários:

Anónimo disse...

Não está relacionado com o texto, mas por causa das escadas, lembrei-me de uma passagem de ano em que tinha tanta vontade de fazer xixi e n tinha wc, fui fazer a umas escadas! E tava completamente sóbria ;)

Anónimo disse...

Sempre que posso,tento "colaborar" na imaginação do Marco, mas este fluido que atravessa estas escadas com história pertencem apenas à alma dele. Mas sei que ele aqui dialoga de modo espontâneo com alguém com estas narrativas com raiz real (?) que me levam sempre a situar-me a mim mesma, em determinados locais ou épocas. Estive no topo da escada. E estive no vão da escada. E estive no meio delas sentada. E só senti uma saudade incontrolável.