imagem: Marco Neves
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sábado, 30 de dezembro de 2006
Não Consigo Escrever
Não consigo visionar qualquer ideia. Não sei, nem sinto qualquer flamejo da minha mente. Escreveria no meio da água, à espera de uma qualquer corrente que me levasse daqui.
Desespero de cada vez que a caneta se aproxima da folha e nada acontece. Não há química, não há aquela coisa, a tal que me faz escrever. Preocupo-me pois, há demasiado tempo que nada escrevo, demasiado para mim, para este mundo.
Desespero de cada vez que a caneta se aproxima da folha e nada acontece. Não há química, não há aquela coisa, a tal que me faz escrever. Preocupo-me pois, há demasiado tempo que nada escrevo, demasiado para mim, para este mundo.
Diz-se natural em quem escreve. Eu não quero que seja uma coisa natural. É grave! Não quero, porque não aceito que seja tão normal quanto isso. Apetece-me escrever, e não conseguir deixa-me perturbado. Escrever causa-me frustração, não fazê-lo pior me deixa. A libertação é momentânea, mas basta para que me sinta liberto e leve.
A caneta esbate com violência contra o caderno. Derramo a minha fúria no papel. A insatisfação que sinto aliada a um mau estar físico, combinam na perfeição nesta conspiração contra a minha vontade. Talvez inconsciente que seja, a falta de química seja provocada por mim. Estimula-me a revolta. Odeio-me por isso.
Nem sei muito bem porque aqui estou, gastando tempo no infrutífero. A música irrita-me, o dia também. As pessoas incomodam-me, a solidão faz-me pior. Não me apetece beber, mas quero sair e entregar-me a um balcão mais perto de mim. Não me apetece nada! Quero-os todos fora daqui!
Agonia lenta, imbecil e lambida nas cinzas de fogo apagado. Desejo maior de cravar esta caneta no meu pulso. A negra tinta fluindo por mim, disseminando-se até cada poro. Sair à rua, dançar na chuva e diluir-me por um ralo qualquer. Momento este, exemplar do meu constante e incomodativo flagelo interior. Canso-me de não me cansar de ser assim. Detesto detestar, mas apetece-me tanto. Aleijo sem querer, mas quero bater, ferir, magoar tanto, até que a mente ceda e volte a escrever.
Inicia-se a jornada habitual pela ala dos fantasmas. Nada melhor que me atormentar, espetar agulhas na raiz do mal. Mutilar-me verbalmente, nestas mesmas palavras que não chegam a sair de mim. Quero, apetece-me, desejo tanto.
Criar a frio uma dor complacente e saborosa. Aquele medo que se esconde desde pequeno, o mal que reside em mim. Na humilhação existe a esperança de me enfurecer. Quero escrever, custe o que custar. Quero sair deste corpo que me prende, sair daqui e viver eternamente nas palavras.
É habitual o ritual do turbilhão. Olhar no vazio infinito que se abre mesmo frente dos meus olhos. Arde-me a vista de tanto fixar o nada. O silêncio torna-se numa tentadora aberração, surda e lesta. Aos poucos, no escuro, tudo se transforma em mim. O espaço é unicamente uma parte física do que sou, a escuridão completa.
Talvez quando acorde, me sinta capaz de debitar qualquer coisa. O meu problema reside em mim. é viciante, demasiado para o considerar natural. Gosto de sentir a revolta, a erupção. Estimula-se o incómodo, porque a besta nunca dorme. E mesmo que após uma caminhada pelo pior nada consiga escrever, pior seria a agonia de nada fazer. Descansarei quando arrancar por completo a minha pele, dando lugar a uma nova, igual à antiga.
Não consigo escrever!
sexta-feira, 22 de dezembro de 2006
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
De que falo|?|
As sombras que insistem em não desvanecer com o tempo, tornam-se nódoas aos olhos de quem as sente e de quem as vê. E quando a noite chega com as suas mãos de pesadas horas, o antigo relógio de parede faz-se ouvir, dando corda ao único momento dos pesarosos dias em que nos sentimos vivos.
É entre as vagas de sono que se abatem lentamente na fina camada de consciência, que nos encontramos. Pouco a pouco abdicamos do corpo, olhando para o branco infinito do tecto do quarto, até finalmente estarmos todos presentes.
De mãos dadas e sorrisos largos, sentimos o que nos é impedido de olhos abertos. Não são sonhos, são encontros camuflados entre nós. Esconderijo de nós para nós, tão inalcansável e volátil a estranhos como a um simples acordar. Os habituais sabem-no e não o ignoram.
Por mais que se durma serão sempre breves, os encontros, não nós. Seria injusto dizer que não nos completa a todos. Por pouco que pareça, é-me bastante gratificante sentir a leveza do teu toque e a candura do teu olhar. Aqui estamos entre as brisas e os desejos em comum.
Acordados ou não, sempre estivemos e estaremos.
sábado, 16 de dezembro de 2006
Dedos
Dedos meus que já não sentem
Que te sentiram
Que disseram que te tocavam
Tocaram
Diziam eles
Sentiam um amor
Na pele que lhes é
Na tua que já não está
O suave que era tocar
Os dedos que ainda são meus
Tu não
imagem: Marco Neves
sexta-feira, 15 de dezembro de 2006
Ruídos
Silêncio
Pesado neste sentido
Em sentido de sentir
Gelo na boca
Enamorada queimadura
Empobrecida, empedernida
Silêncio
Quando corre a cortina
Do muro aos lamentos
A vigília nefasta, ingrata
Vontade gritante
Dor a que me dou, pesada malícia
Silêncio
Não se canta, não neste sentido
Não no espaço que me é destinado
Tributado, conveniente, isolado
Não se encanta este coração
Não aqui aos meus olhos
Silêncio!
Porque quero silêncio!
Silenciar na surdez a ausência
Respirar sem me ouvir
Esgar inebriado e disforme
Sistemático, sintomático, porque sinto
Silêncio...
Passo na corrente
Em força por entre as pedras
Gastas de mim, na minha pele
Marcas minhas de rudes lembranças
Eu, eu e somente eu
Silêncio
Degradado a negro encanto
Vulto escuro, duro, perene
Novelo amadurecido a cada espaço
Volto, retorno, arremessado para ali
Ao canto que não se vê, incontornável
Silêncio
Por tudo o que me rodeia
Porque me acabo, extinguindo-me
Toda a voz que foi minha
Comovido, proporcionado
Em nada, por nada, para nada
Silêncio
Preservando o grito de Amanhã.
Pesado neste sentido
Em sentido de sentir
Gelo na boca
Enamorada queimadura
Empobrecida, empedernida
Silêncio
Quando corre a cortina
Do muro aos lamentos
A vigília nefasta, ingrata
Vontade gritante
Dor a que me dou, pesada malícia
Silêncio
Não se canta, não neste sentido
Não no espaço que me é destinado
Tributado, conveniente, isolado
Não se encanta este coração
Não aqui aos meus olhos
Silêncio!
Porque quero silêncio!
Silenciar na surdez a ausência
Respirar sem me ouvir
Esgar inebriado e disforme
Sistemático, sintomático, porque sinto
Silêncio...
Passo na corrente
Em força por entre as pedras
Gastas de mim, na minha pele
Marcas minhas de rudes lembranças
Eu, eu e somente eu
Silêncio
Degradado a negro encanto
Vulto escuro, duro, perene
Novelo amadurecido a cada espaço
Volto, retorno, arremessado para ali
Ao canto que não se vê, incontornável
Silêncio
Por tudo o que me rodeia
Porque me acabo, extinguindo-me
Toda a voz que foi minha
Comovido, proporcionado
Em nada, por nada, para nada
Silêncio
Preservando o grito de Amanhã.
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
sábado, 9 de dezembro de 2006
|Ver|Da|De| num passeio casual. |Ver|Da|De| na chuva que se fazia sentir.
Num momento de profunda clareza, cheguei a uma conclusão inabalável, a verdade de tudo. Tudo começa pela farsa que a mesma implica. Na verdade, tudo não é mais que uma alegoria. Traz segurança e clareza, mas a verdade é o oposto. Qualidade, realidade, boa fé, representação do real, princípio exacto… a verdade é o pior dos pesadelos.
A verdade é que pouco do que nos é apresentado é verdade. Comemos, consumimos, travamo-nos de razões, o contra, alienado do sistema… e sistematicamente, a contra verdade é perene ao acto e pensamento. A conspiração em volta do que se diz verdade, rende, é produtiva. Aniquila-se o espaço para a ponderação, negro ou branco, nada há para além disso. Se o proibido é verdadeiro, mais errado será não transpor as barreiras.
Apesar da imbecilidade inerente às minhas palavras, a verdade é somente uma. Neste preciso momento, aqui sou o detentor de toda a razão. A verdade é que nem isso me interessa, nem me preocupa o mínimo que seja, o que se encontra fora de mim.
Magoa saber que se é induzido em erro, consumidos, levados no rebanho. Se é atroz a sensação da violência, o uso abusivo, a verdade é que tudo se move por interesse. É um ganho, proveito, vantagem, lucra-se. Os princípios magoam, a mente formatada desde o início, obriga-nos à redenção, à pena capital. Soframos, porque nos dizem para sofrer. Soframos, porque por vezes é a única coisa que sabemos fazer. A verdade, essa, exclusiva e fria, em nada une cada ser, sem que haja algo que interesse.
Tento não humanizar em demasia as relações. Ganham vida, vícios nossos, hábitos de pecado, por muito verdadeiro que seja. A resolução não tem resposta, porque a verdade é que em cada passo pela calçada, mais me sinto a afundar neste dia, tudo piora. O negativismo já não vive em mim, a verdade é que é apenas um pequeno demónio constante em mim. Um entre tantos que tento preservar. A verdade existencial é fortuita, um factor a acrescentar a tudo o resto.
A verdade é que somos bem superiores, apenas na insistência de nos considerarmos uma aberração. De facto, quase é a verdade, mas essa resguarda-nos da decepção constante a que estamos sujeitos. A solidão em si nem é muito má. A indiferença gradual que sinto quando passeio pela rua, não me apaga do mundo. A verdade é que abona na minha identidade. O vazio dos outros que tanto se critica, vive em mim comodamente. Talvez quando vou na corrente, porque simplesmente me agrada ser levado pela turba entorpecida na razão, sem destino.
A verdade não interessa a ninguém. A consciência da mesma muito menos. A mentira, sim essa é verdadeira. Eu próprio não acredito numa única palavra que escrevo, no entanto, a verdade é que nem me importo se acredito.
A sensibilidade de alguns, tão grotesca e rude, na verdade é delicada e encantadora. Na mesma cegueira em que se tecem inverdades, inunda-se o mundo com histórias de encantar. A verdade é mentira, causa-me náuseas, e nem um motivo tenho em concreto, nem tenho nada contra a verdade, pois estaria a mentir.
A verdade é que nada invento, muito menos estou louco. E mesmo que me questione para que serve tudo isto, para que escrevo se nada tenho para aplicar. A verdade é que nada disso continua a ser importante. A verdade é que me encontro sem qualquer peso de consciência, e quase sem noção da mesma. Não me incomoda saber que estou numa farsa pegada em palavras minhas. A verdade mesmo, é que nem as palavras são minhas, uso-as apenas, como todos. Assim como aqueles que se dizem detentores da verdade, aquela verdade absolutista e tecnocrata. A verdade é única e estéril.
Na grande verdade, minto com todo o prazer, porque a mesma é obtusa e reclusa de si. Na verdade, apetecia-me pedir um resgate. Mentindo, convencendo-me de ser portador da única verdade.
A verdade é esta. Começa tal como o início desta frase, e acaba num mero ponto final. A verdade está lá fora, aqui dentro conspira-se na mentira. Essa é verdadeira. A verdade causa-me verdete.
A verdade é que pouco do que nos é apresentado é verdade. Comemos, consumimos, travamo-nos de razões, o contra, alienado do sistema… e sistematicamente, a contra verdade é perene ao acto e pensamento. A conspiração em volta do que se diz verdade, rende, é produtiva. Aniquila-se o espaço para a ponderação, negro ou branco, nada há para além disso. Se o proibido é verdadeiro, mais errado será não transpor as barreiras.
Apesar da imbecilidade inerente às minhas palavras, a verdade é somente uma. Neste preciso momento, aqui sou o detentor de toda a razão. A verdade é que nem isso me interessa, nem me preocupa o mínimo que seja, o que se encontra fora de mim.
Magoa saber que se é induzido em erro, consumidos, levados no rebanho. Se é atroz a sensação da violência, o uso abusivo, a verdade é que tudo se move por interesse. É um ganho, proveito, vantagem, lucra-se. Os princípios magoam, a mente formatada desde o início, obriga-nos à redenção, à pena capital. Soframos, porque nos dizem para sofrer. Soframos, porque por vezes é a única coisa que sabemos fazer. A verdade, essa, exclusiva e fria, em nada une cada ser, sem que haja algo que interesse.
Tento não humanizar em demasia as relações. Ganham vida, vícios nossos, hábitos de pecado, por muito verdadeiro que seja. A resolução não tem resposta, porque a verdade é que em cada passo pela calçada, mais me sinto a afundar neste dia, tudo piora. O negativismo já não vive em mim, a verdade é que é apenas um pequeno demónio constante em mim. Um entre tantos que tento preservar. A verdade existencial é fortuita, um factor a acrescentar a tudo o resto.
A verdade é que somos bem superiores, apenas na insistência de nos considerarmos uma aberração. De facto, quase é a verdade, mas essa resguarda-nos da decepção constante a que estamos sujeitos. A solidão em si nem é muito má. A indiferença gradual que sinto quando passeio pela rua, não me apaga do mundo. A verdade é que abona na minha identidade. O vazio dos outros que tanto se critica, vive em mim comodamente. Talvez quando vou na corrente, porque simplesmente me agrada ser levado pela turba entorpecida na razão, sem destino.
A verdade não interessa a ninguém. A consciência da mesma muito menos. A mentira, sim essa é verdadeira. Eu próprio não acredito numa única palavra que escrevo, no entanto, a verdade é que nem me importo se acredito.
A sensibilidade de alguns, tão grotesca e rude, na verdade é delicada e encantadora. Na mesma cegueira em que se tecem inverdades, inunda-se o mundo com histórias de encantar. A verdade é mentira, causa-me náuseas, e nem um motivo tenho em concreto, nem tenho nada contra a verdade, pois estaria a mentir.
A verdade é que nada invento, muito menos estou louco. E mesmo que me questione para que serve tudo isto, para que escrevo se nada tenho para aplicar. A verdade é que nada disso continua a ser importante. A verdade é que me encontro sem qualquer peso de consciência, e quase sem noção da mesma. Não me incomoda saber que estou numa farsa pegada em palavras minhas. A verdade mesmo, é que nem as palavras são minhas, uso-as apenas, como todos. Assim como aqueles que se dizem detentores da verdade, aquela verdade absolutista e tecnocrata. A verdade é única e estéril.
Na grande verdade, minto com todo o prazer, porque a mesma é obtusa e reclusa de si. Na verdade, apetecia-me pedir um resgate. Mentindo, convencendo-me de ser portador da única verdade.
A verdade é esta. Começa tal como o início desta frase, e acaba num mero ponto final. A verdade está lá fora, aqui dentro conspira-se na mentira. Essa é verdadeira. A verdade causa-me verdete.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Por instinto
Levo no peito, cheio e completo
A voz que me deste, no pranto de cada sílaba
Torno a voltar-me contra a própria sombra
Vociferando como um velho senil
Sem sinal
Sem sinal de porto, seguro e de resguardo
Marcado, a milhas, em qualquer confim
Porto seguro, constante em mim
Parto confiante no que levo, no nome que me deste
Sem rota
Sem rota, traço no mapa, nem nas estrelas orientado
O laço, na união que tenho, no humano que tento ser
O trilho desvenda-se, a rota faz-se anunciar
No olho do instinto, no peso entre a espera e a procura
Farejo
Farejo o que se proporciona sob o sol escaldante
Suor, marca, suor, calor, suor, amor, suor, sorrir
No frio, submeto a pele ao estímulo do arrepio
Aqui... aqui... mais aqui, e aqui também
É bom
É bom arder, renascer, acalmar, revolver, acabar, morrer
Verbalizar em cada pedaço meu, uma parte de cada qual
Ser canto qualquer, no desconhecido, fora de rota que esteja
No silêncio a que a palavra me obriga, não menos calado o sou aqui
Em ti
Em ti, areia fina, pó em delicadas mãos de tocar
Despistar-me na tua bainha, linhas no retoque a tempo do decoro
Fingir impressionar os bons costumes, em gozo que somos
Transforma-se o dia num sorriso, é fácil viver quando...
Levo no peito...
imagem: Marco Neves
A voz que me deste, no pranto de cada sílaba
Torno a voltar-me contra a própria sombra
Vociferando como um velho senil
Sem sinal
Sem sinal de porto, seguro e de resguardo
Marcado, a milhas, em qualquer confim
Porto seguro, constante em mim
Parto confiante no que levo, no nome que me deste
Sem rota
Sem rota, traço no mapa, nem nas estrelas orientado
O laço, na união que tenho, no humano que tento ser
O trilho desvenda-se, a rota faz-se anunciar
No olho do instinto, no peso entre a espera e a procura
Farejo
Farejo o que se proporciona sob o sol escaldante
Suor, marca, suor, calor, suor, amor, suor, sorrir
No frio, submeto a pele ao estímulo do arrepio
Aqui... aqui... mais aqui, e aqui também
É bom
É bom arder, renascer, acalmar, revolver, acabar, morrer
Verbalizar em cada pedaço meu, uma parte de cada qual
Ser canto qualquer, no desconhecido, fora de rota que esteja
No silêncio a que a palavra me obriga, não menos calado o sou aqui
Em ti
Em ti, areia fina, pó em delicadas mãos de tocar
Despistar-me na tua bainha, linhas no retoque a tempo do decoro
Fingir impressionar os bons costumes, em gozo que somos
Transforma-se o dia num sorriso, é fácil viver quando...
Levo no peito...
imagem: Marco Neves
domingo, 3 de dezembro de 2006
i'm|so|M|niac

Torço, contorço
Contra mim, na inércia por te esperar
E recusas em deixar-me ir...
Penso, repenso
Embato, esbato no espelho por me cansar
E insistes na vigília...
Suspiro, respiro
Inspiro, esperando em vão deixar de pensar
E teimas em não findar...
Inspiro, esperando em vão deixar de pensar
E teimas em não findar...
Dançamos, mergulhamos
Na garra da paixão de te viver
E recusas em me largar...
Desperto, desespero
No choque dos teus lábios, no teu morder
E ousas em me aleijar...
És sentimento, és coisa ruim
Espertina pessoa que tanto se cola a mim
E vivemos assim...
imagem: Marco Neves
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