Jazia ela, como as noites malditas, impávida ao meu pensamento. Saberia mais que ninguém a não confiar em vultos turvos e sombrios. Sabia ela, sem se confinar à frieza, aparecer-se bem e regrada em beleza.
Serena, de pele sarracena, trigueira de amores. Dizia parecer-se com a sua mãe, de outras margens que não as minhas. Beleza mulher, de cercanias maduras, vislumbra-se por entre as coxas, a terra fértil que semeia o seu ventre.
- Mulher! - Chamei-lhe, sem saber que tão certo estaria em dizê-la naquele nome. - Mulher! - Repetia-a. Toda a sua poesia, tanta que nem ar existia para respirar. Só prosa me ocorria por entre a nefasta linguagem dos mortais. Dizer-lhe luz seria ser o Sol. Cantar-lhe o vento seria perfumá-la. Deixar-lhe o canto, como murmúrio de fonte.
E a língua que termina em istmo, entre o coração e a alma, perdurasse mais o teu sorrir que a minha desvanecida vida. Sim, indagava-me entre mares, que nos seus braços seria aportar sem que morresse na solidão. Naufragava no gole da sua saliva, correr-lhe pela garganta, engolindo-me aos poucos.
Mulher, diz-me que mais dizer! Diz-me, mulher, tanta é a dor de pensar-te entre as minhas veias. Doença que fosses, bendita seria a ausência de curas. Purgares quem sou, de venenos me deténs, que oferenda me dás em maçãs do teu rosto.
No caminho que se toma, entre a incerteza do sonho, apenas fui por ali, pelo lado que esperava mais certo. Parei. A esquina que se compadece à veleidade de te esperar. Parei, e parado fiquei.
Mesmo que por mais indeterminado que seja, o tempo feito de mansinho, para me atacar de feição ao seu sorriso. A hipótese seria vasta, como todo o seu peito firme, de mulher que me assombra.
Sonhei-lhe a voz, o cheiro, o calor. Vi-a em cores, formas de névoa, manto de seda de águas profundas. Mulher, chamou-me. Pelos seus dedos pediu o encosto, o encontro de mundos no seu leito. Senti-lhe todo o sal que comporta, de cada lágrima que se aguarda eterna.
Pequei no esquecimento, sequei a espera que te fiz à porta, jurando em mentira por nunca mais importunar-te nestes nadas que florescem em mim. Mais devagar mulher, quero sentir-te sorrir por mais tempo. A pressa é má parideira, continuarei a colher-te a horas tardias, aquecer-te por entre os meus lábios. De cor, sabendo dizer-te o mais que imaginado.
Incomodaria o Luar se clamasse o teu nome a fio pela noite. Conspiraria assim, contra os comuns que morreriam de tanta inveja. Eu sei mulher, o lugar a que pertences, e eu... terei de acordar.
Serena, de pele sarracena, trigueira de amores. Dizia parecer-se com a sua mãe, de outras margens que não as minhas. Beleza mulher, de cercanias maduras, vislumbra-se por entre as coxas, a terra fértil que semeia o seu ventre.
- Mulher! - Chamei-lhe, sem saber que tão certo estaria em dizê-la naquele nome. - Mulher! - Repetia-a. Toda a sua poesia, tanta que nem ar existia para respirar. Só prosa me ocorria por entre a nefasta linguagem dos mortais. Dizer-lhe luz seria ser o Sol. Cantar-lhe o vento seria perfumá-la. Deixar-lhe o canto, como murmúrio de fonte.
E a língua que termina em istmo, entre o coração e a alma, perdurasse mais o teu sorrir que a minha desvanecida vida. Sim, indagava-me entre mares, que nos seus braços seria aportar sem que morresse na solidão. Naufragava no gole da sua saliva, correr-lhe pela garganta, engolindo-me aos poucos.
Mulher, diz-me que mais dizer! Diz-me, mulher, tanta é a dor de pensar-te entre as minhas veias. Doença que fosses, bendita seria a ausência de curas. Purgares quem sou, de venenos me deténs, que oferenda me dás em maçãs do teu rosto.
No caminho que se toma, entre a incerteza do sonho, apenas fui por ali, pelo lado que esperava mais certo. Parei. A esquina que se compadece à veleidade de te esperar. Parei, e parado fiquei.
Mesmo que por mais indeterminado que seja, o tempo feito de mansinho, para me atacar de feição ao seu sorriso. A hipótese seria vasta, como todo o seu peito firme, de mulher que me assombra.
Sonhei-lhe a voz, o cheiro, o calor. Vi-a em cores, formas de névoa, manto de seda de águas profundas. Mulher, chamou-me. Pelos seus dedos pediu o encosto, o encontro de mundos no seu leito. Senti-lhe todo o sal que comporta, de cada lágrima que se aguarda eterna.
Pequei no esquecimento, sequei a espera que te fiz à porta, jurando em mentira por nunca mais importunar-te nestes nadas que florescem em mim. Mais devagar mulher, quero sentir-te sorrir por mais tempo. A pressa é má parideira, continuarei a colher-te a horas tardias, aquecer-te por entre os meus lábios. De cor, sabendo dizer-te o mais que imaginado.
Incomodaria o Luar se clamasse o teu nome a fio pela noite. Conspiraria assim, contra os comuns que morreriam de tanta inveja. Eu sei mulher, o lugar a que pertences, e eu... terei de acordar.
Agora.